Comida de verdade: O que é e como identificar?

Comida de verdade vem da natureza e serve para suprir necessidades. Nos mantém saudáveis e em estado de bem-estar. Mas por que, então, a gente opta pela comida de mentira? Porque, na verdade, comer nem sempre é um processo racional. Mas deveria e pode ser, sem deixar o prazer de lado.

A nutricionista Vera Lisboa observa que a alimentação hoje representa somente prazer, quando comprar comida deveria ser uma escolha baseada na razão. E, assim, acabamos consumindo não comida, mas produtos alimentícios – aqueles criados pelo homem, repletos de químicos feitos para durar nas prateleiras do supermercado.

Mesmo para quem sabe dos impactos da alimentação para a saúde essa escolha pode ser nebulosa. Há muito tempo nosso conhecimento e discernimento vêm sendo afetados pelo excesso de informações. Nossos processos de decisão são alterados pelo apelo emocional e pela magia do marketing. Mesmo nossa memória afetiva não remete mais à comida da casa da avó, mas às bolachas e refrigerantes consumidos desde a infância.

Nossa educação e nossas lembranças são baseadas na comida de mentira. É compreensível que a confusão esteja reinando na cozinha.

Mas como identificar o que é comida de verdade e de mentira?

 Mesmo que o produto diga que é pão ou batata, às vezes ele pode não ser nada disso. Para não se deixar enganar, a nutricionista dá dicas de como identificar a comida de mentira.

O produto dura muito

O primeiro indício é a data de validade. Comida de verdade estraga, mofa, muda de aparência, de sabor e de odor em pouco tempo. Qualquer produto com data de validade longa pode ser considerado de mentira.

Você lembra de algum bolo caseiro, feito com ovos, farinha e leite, durar mais do que alguns dias? Já parou para pensar como a margarina pode durar tantos meses sem refrigeração?

Contém ingredientes desconhecidos

Após verificar a validade, olhe a composição. Ingredientes com nomes desconhecidos e complicados são conservantes e outros aditivos artificiais, um indício de que ele leva produtos químicos.

Um exercício simples é pensar se você conhece a planta de onde aquele ingrediente vem. Ou você já colheu algum pé de glutamato monossódico?

É, em essência, o hortifrutigranjeiro.

O que você compra na feira ou colhe na horta é comida de verdade. Se a sua rotina inclui comprar em supermercados, priorize a seção de hortifrutigranjeiros. É nessas prateleiras que estão a garantia de alimentos da natureza. Há produtos empacotados que também se enquadram nisso, mas são minoria. Na dúvida, evite.

O que decidimos colocar (ou tirar) na nossa mesa impacta não só a nossa saúde, mas nosso bem-estar, a economia e o meio ambiente. Tudo isso está relacionado às observações acima e a uma opção simples: resgatar o hábito de cozinhar.